31 de janeiro de 2007

Desencontros no relógio

Faltavam cinco minutos
Para o jogo acabar.
Nossa conversa casual
Levou duas, três horas.
Um olhar de flerte, leve,
Foi uma piscada e se foi.
A fome ficou no tempo,
A gula nem um segundo.
O vento soprou no ouvido
E eu retornei anos atrás.
O semáforo de vermelho
Prenuncia o acidente.
Deitamos uma hora na cama:
Só gozamos esse pouco.
Os bancos abrem às nove,
Os bancos fecham às quatro.
Meio-dia é aquela preguiça
E meia-noite já é outro dia.
Vejo paralizada a vida
No leve momento da morte.
De repente mais um ano
Na vela de aniversário.
Viver é matar o tempo
À espera de outro nascer.