2 de fevereiro de 2008

Xerox

Como se poderia ser uma cópia mal feita de se mesmo? Sou quem sou, mas meus gostos parecem copiados de um eu perdido no tempo. Vejo-me escritor aposentado de textos sempre bem comentados, mas de um espírito mal renovado e sob uma atividade predatória e não-renovável sobre minha criatividade. Tenho sede de livros? de arte? amo alguém?

Falo dos meus gostos e trago a mente lembranças de tempos atrás. Sinto-me um fantasma atrás do meu eu de tempos atrás. Quero-o de volta, encorporado em mim mesmo. Não posso, no entanto. Olho adiante e vejo o mundo com um leque aberto de oportunidades. Procuro ser eu novamente, espelho de mim mesmo, desenho sem rascunho e sem linhas por onde me guiar.