15 de junho de 2009

Memórias de felicidade

O tempo apaga as linhas da memória e tudo se esvai. A dor passa de uma sensação a uma lembrança ao qual se quer apegar. O coração não conhece o que é auto-preservação. Palavras se perdem em fragmentos de nada, e se tornam vazias e fora de contexto.

Ser feliz de repente parece ser uma estrela inalcançável, mas já se esteve lá, tão perto. Sussuram e os caminhos se confundem, mesclam-se em um quebra-cabeça difícil de resolver, e quando espera-se encontrar as migalhas de pão que trazem de volta o impossível, eis a sala das coisas aleatórias. Tudo encontra-se fora do lugar e não há mais ela, senão seu retrato.

E a memória, que só sabe lembrar, e o coração, que só sabe sentir, discutem e travam uma batalha para entender essa nova realidade. Ela não está mais aqui, ela não vai mais voltar, concluem.